E se tudo que trago na bagagem
Não servir de alimento e abrigo
Não possa ser consumido
Não calce o estômago de outro alguém...
E se tudo que trago no bolso
Não servir de pagamento e nem de troco
Não alcance o brilho do ouro
Não vista o corpo de ninguém...
E se tudo que trago no peito
Seja o brilho nos olhos e alguns defeitos
Um corpo fechado e um sorriso aberto...
E se tudo que trago em mim
Seja esse embaraço nos cabelos
Esses rabiscos na pele...
E se tudo que trago evapora na aurora
do novo veloz dia que vem...
(Elizandra Souza, retirado do livro "Águas da cabaça")
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