Sinto a vida pulsar novamente
Assim, como um súbito milagre
Recobro o sentido ausente
E minha alma, enferma, reage
Caminho agora entre as ruínas
Esquinas de escombros e dores
Que o tempo, cruel, deixou
Parte do que sou
Jaz n’alguma rua
Descansa, sem paz ou esperança
Outra parte continua
Vejo perder-se ao relento
A fuligem que assopro
Da palma da minha mão
Dou as costas ao vento
E fecho a porta do templo
Onde habita a solidão
São duas flores frondosas
Brotando no mesmo jardim
Duas irmãs graciosas
Renascendo dentro de mim
A esperança é a suave brisa
Que beija a minha janela
A felicidade o leve orvalho
Que cai sobre o meu telhado
Uma, sincera me avisa
Para que eu não me perca mais dela
A outra, diz tardo, não falho
A quem me tem desejado.
(Serginho poeta)
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