Inútil querer-me devagar, o tempo não espera.
Alheios a minha vontade, os ponteiros avançam.
E nessa corrida louca, sinto-me peregrina.
Incapaz, diante dos minutos que se escoam.
Quase surto, diante de tamanha indiferença.
E o relógio, num movimento cíclico e caótico.
Constantemente mostra - me atrasada
E que nada estanca o universo pragmático.
Implacável, o ponteiro não atende meu pedido.
E fugazes, os momentos extinguem, evaporam.
E mesmo que tente dominá-los não consigo.
O relógio ignora a saudade latente, o pedido.
De conversa sem pressa, de caminhar sem destino.
De segurar a vida, e resgatar sonhos perdidos.
(Glória Sales)
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