sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O coração é um tanto de rabisco
que o homem transformou em musculo
seja o medo de ler o que se escreve dentro do peito
seja a sina de pulsar em reticências
fato é
não se teoriza o que é involuntário.
(André Luiz Pereira)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mantenha

Filha do teu adultério
existo
queiras ou não com a mesma pele.
Exilada
sobrevivo contente
na terra dos sem cor.
Com a boa vontade que ganhei
das gentes daqui,
sem ressentimentos nem vergonha
cultivo a mentira da tua grandeza
no existir dos meus descendentes.

E mando mantenhas, oh terra
através dos meus poemas vermelhos:

A cor que me deste!
(Alzira Cabral - poetisa cabo-verdiana)

domingo, 16 de setembro de 2012

Evolução do crepúsculo

Noção veloz
Da sombra que pervaga
Minha condutas
Diariamente ébrias
Insiste em dizer bom dia
Provoca-me o ímpeto
Da desgraça que punge
E colore de cinzas
Meus olhos que tremem
Pela viração agonizante do amor
Vazio e vida dançam a mesma
Derrota acrobática dos meus passos inúteis
Evolução do crepúsculo
Amoroso de minha ira
Languido horror do medo
De eu ser só em mim
E essa nociva ternura do desprezar
Que rege seus sons
Que flerta com minha vida
Com os meus mundos diários
Com a gênese do imprevisto
Insiste em acompanhar
Os agressivos atos falhos
Do meu acreditar
(Edner Morelli)

Poço

Há um poço aqui
O fundo é só o início
Cada dia descubro
Melancólicas profundidades
(Edner Morelli)

Insistência

Sou uma vertente do amor
Que insiste em sonhar cores inexistentes
Sou uma sombra que o acaso insiste em conduzir
Pela esquerda calçada da minha existência
E as imagens insistem resistem
E as imagens surpreendem ascendem
Insensatas ânsias latentes
(Edner Morelli)