quinta-feira, 10 de novembro de 2011

... Não, Poesia...

... Não, Poesia:
Não te escondas nas grutas de meu ser,
não fujas à Vida.
Quebra as grades invisíveis da minha prisão,
abre de par em par as portas do meu ser
— sai...
Sai para a luta (a vida é luta)
os homens lá fora chamam por ti,
e tu, Poesia és também um Homem.
Ama as Poesias de todo o Mundo,
— ama os Homens
Solta teus poemas para todas as raças,
para todas as coisas.
Confunde-te comigo...

Vai, Poesia:
Toma os meus braços para abraçares o Mundo,
dá-me os teus braços para que abrace a Vida.
A minha Poesia sou eu.

(Amilcar Cabral, poeta cabo-verdiano, defendia que a independência do pensamento é a origem das demais independências. Por isso, tinha a poesia como uma arma de luta contra a opressão. Vale muito a pena conhecer sua história e sua obra)

Um comentário:

  1. Sem dúvida, a poesia é uma das principais armas que dispomos no combate ao opressor que atinge em larga escala a população munido de um verdadeiro arsenal midiático. "Quebra as grades invisíveis da minha prisão", e vai, poesia, pois "a vida é luta".

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