quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Poema de Janeiro

O céu hoje acordou cinzento
sem nuvens
sem estrelas
sem nada.
Devo agora calçar os sapatos
Retocar tim tim por tim tim o coração
O chão da cidade
Não há mais sonhos nem arco-íris na íris do meu olhar
Que antes, bem antes
Era tanto mar, tantos rios, tontos risos
Devo agora fazer as malas
Apertar com cuidado poucas roupas
alguns amigos
Cartões postais pra não te perder de vista
E o eterno vício de querer mais que nunca o exercício de viver
Sem ter que pegar no seu pé para ensinar o ritmo
Por sermos tão desiguais dançamos em diferentes trilhos
Devo agora caminhar
Não deixei grãos de milhos na estrada
Mas devo saber voltar

(Miró da Muribeca)

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