Mesmo que desvendasse seus olhares
Mesmo se escrevesse em receita seus sabores
Mesmo se teu cheiro fragmentasse em meus pulmões
e tua voz tornasse partitura em meus ouvidos
ainda assim não explicaria o que sinto
Mesmo que me forjasse novo homem em barro puro
Mesmo se fossem meus sentidos norte e sul sem ti
Mesmo se me calasse a garganta um grito sem vogais
e buscasse fecundar novas palavras
ainda assim não conseguiria dizer o que sinto
Mesmo que apenas na memória se realize nossos encontros
Mesmo se essa querencia só se findar em sonhos
Mesmo se sonhar acordado ao teu lado
e acordar só em agonia
ainda assim dormiria novamente em teus braços
Mesmo que meu labor seja prosa pra tarde vazia
Mesmo se minhas letras forem desencontradas e sozinhas
Mesmo se for lira minha saltando das retinas
e em tua pele ungindo poesias
ainda assim não definira tua beleza de menina
Mesmo sem, com ou nem
Mesmo ali, lá ou cá
Mesmo sendo alma em fogo solar
e pele queimando em desejo de tocar
ainda assim não saberia ao fogo negar
Mesmo que apenas o "se" exista
Mesmo que tudo passe e amanheça um novo dia
Mesmo assim terei a certeza da entrega, da compartilha
e em meu peito viverá desejos, saudades e alegrias
sempre assim a encantar me nina.
(André Luiz Pereira)
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Análise
Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
(Fernando Pessoa)
Que me vem de te olhar, que, ao entreter
Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar, e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me
Sabendo que tu és, que, só por ter-me
Consciente de ti, nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
(Fernando Pessoa)
sábado, 9 de janeiro de 2010
Estar só
A solidão tem ocupado
o coração
As lágrimas vem disfarçadas
sob sorrisos
Os olhos mentem a dor sentida
São tantas as desilusões,
tantos sonhos perdidos
Qual será o problema?
O que há de errado?
A dúvida permanece
e inquieta o peito já angustiado...
(Maria Helena)
o coração
As lágrimas vem disfarçadas
sob sorrisos
Os olhos mentem a dor sentida
São tantas as desilusões,
tantos sonhos perdidos
Qual será o problema?
O que há de errado?
A dúvida permanece
e inquieta o peito já angustiado...
(Maria Helena)
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Morada
Na morada
onde moram os segredos dos sonhos
onde sonho em mergulhar desejos
Na morada
que traz no ventre a segurança
e no beijo a tranquilidade
Na morada
que me meu peito carrega
ferve o sangue e evapora saudades
Na morada que tive
me livrou do mundo
me apartou da realidade
foi casa, lar, felicidade...
Mas quando só
acordei na morada
e não havia mais chão
não havia mais teto
não havia mais morada...
(André luiz - Universo em Translação)
onde moram os segredos dos sonhos
onde sonho em mergulhar desejos
Na morada
que traz no ventre a segurança
e no beijo a tranquilidade
Na morada
que me meu peito carrega
ferve o sangue e evapora saudades
Na morada que tive
me livrou do mundo
me apartou da realidade
foi casa, lar, felicidade...
Mas quando só
acordei na morada
e não havia mais chão
não havia mais teto
não havia mais morada...
(André luiz - Universo em Translação)
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Fome de amar...
Há em mim uma fome de amar
De doar-me por inteira...
Mas são tantos os desencontros
Que já nem sei ao certo
Se essa fome será saciada
São possibilidades que surgem
mas logo desaparecem
deixando em mim só as incertezas...
(Maria Helena)
De doar-me por inteira...
Mas são tantos os desencontros
Que já nem sei ao certo
Se essa fome será saciada
São possibilidades que surgem
mas logo desaparecem
deixando em mim só as incertezas...
(Maria Helena)
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Simples palavras...
Há palavras
Que abraçam
Que encantam
Que machucam
Trazem esperança
desgraça...
Palavras que provocam
paralisam
amedrontam
revolucionam...
Há aquelas
cheias de graça
De amor
De dor
Simples palavras
que ao serem ditas
Conseguem tocar
o mais íntimo do ser...
(Maria Helena)
Que abraçam
Que encantam
Que machucam
Trazem esperança
desgraça...
Palavras que provocam
paralisam
amedrontam
revolucionam...
Há aquelas
cheias de graça
De amor
De dor
Simples palavras
que ao serem ditas
Conseguem tocar
o mais íntimo do ser...
(Maria Helena)
Assinar:
Postagens (Atom)