Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
(Fernando Pessoa)
sábado, 28 de março de 2009
quinta-feira, 26 de março de 2009
Esquecer...
Tento tirar você dos meus pensamentos
Esquecer tudo que lembra a ti
Seu olhar tão lindo
seu carinho
Os beijos
Os planos...
Sumir com as miragens do que poderia ter sido
Tento acalmar o coração
E não sentir a dor da ilusão
Mas tudo parece vão
A cada momento você vem ao pensamento
Às vezes aparece nos versos de um poema
na letra de uma canção
Nas lembranças do passado que insistem
em fazer parte do presente...
Mas a verdade é que
Ainda não aprendi a esquecer
(Maria Helena)
sábado, 14 de março de 2009
Sem remédio
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou ...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
(Florbela Espanca)
Não sabem o que sinto e o que sou ...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos da Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
(Florbela Espanca)
sexta-feira, 13 de março de 2009
INCONSTÂNCIA
Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também...nem eu sei quando...
(Florbela Espanca)
Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!
Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também...nem eu sei quando...
(Florbela Espanca)
sábado, 7 de março de 2009
Sonhava em ter você
Em te abraçar
Encostar meus lábios nos seus
Me perder no seu tímido olhar
Queria você por perto...
Hoje sei que isso não é possível
Nossos caminhos seguem rumos diferentes
Por mais que eu queira o contrário, é em vão...
Você tomou sua estrada
E eu fiquei na minha
com os sonhos espalhados pelo asfalto...
(maria Helena)
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